Há
um conto que diz que quando alguém nos entrega um presente e não o aceitamos o
mesmo continua pertencendo a quem tentou entregá-lo para nós, e o mesmo vale
para os insultos e outras formas de tentar nos tirar a calma.
Dentro
dessa simples atitude podemos ver tanto. Autocontrole, maturidade, paciência,
calma, bom senso e por aí vai. Tudo isso me lembra uma situação que vivi com
minha mamy.
Eu
fui almoçar e esqueci um detalhe que a irritou na hora de colocar minha comida
no prato. Apesar de ter a consciência que estava errada, sei que não fiz por
mal e minha atitude não justifica a atitude tão grosseira de minha mãe. Na hora
fiquei bastante irritada, mas, como o sábio do conto, eu decidi que não receberia
aquele “presente” mas o manteria com a dona.
Não
é mesmo uma atitude fácil! Mas quando você consegue ter maturidade para saber
que é muito mais inteligente não entrar em uma briga boba apenas para ficar
ainda mais chateada e triste, você é capaz de se dar conta que a melhor atitude
é não sujar seu coração e não permitir que esse tipo de “presente” entre dele e
crie mágoas, rancores, ódios, raivas e tristezas que podem perseguir você por
uma vida inteira.
Não
se veja apenas do lado que recusa o presente. Coloque-se também no lado que
ofende. Pense que você é capaz de ser melhor que isso para conseguir atenção ou
para expor suas ideias e pontos de vista. Se você usa baixaria como argumento
só para ferir e não mais dialogar, já perdeu a razão faz tempo...
Aprenda
sem desespero ou pressa a ser mais seletivo e cuidadoso com os presentes que
tem dado e aceito. Calma, vá de Fé em Fé.
Para
finalizar, coloco aqui o conto que me auxiliou neste post:
De Quem é o Presente?
Perto de Tóquio vivia um grande
samurai idoso que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua
idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu
por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu
adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada
para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O
jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a
reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os
estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram
todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou
algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos
conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo
para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde,
sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...
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